Thursday, July 2, 2009

A cadela entrou na igreja
E urinou no altar
Na sua voz que troveja
Correu o padre a gritar

Ai, tinhosa que te esgano
Candelabro como clava
Persegue o bicho profano
Que de medo se raspava

Arremesso bem medido
Da lança improvisada
Coxeio e ganido
Da fêmea escanzelada

Vá de retro saco de pulgas
Uivou alto o guardião
Quem é que tu te julgas
Digna de salvação?

Ficou feliz o sacerdote
Do seu acto sacrossanto
Ajeitando o seu capote
Como de rei fosse o manto

É tão bom ser dos bons
Ser um porteiro do céu
Concentrar em si os dons
E saber para cá do véu

E eu que sou ignorante
E percebo pouco de fés
Ficaria radiante
Se o bicho lhe mijasse nos pés.