Friday, April 20, 2012

O TEU ABRAÇO

Quando me recebes no teu abraço
Eu regresso e parto ao mesmo tempo

Retorno à origem do sentir
Início da grande viagem aguardada

Fundo-me no teu peito de fogo líquido
Memória dos pastos sagrados
Anteriores às religiões do Homem

Odores da certeza da carne
Corpo suspenso de si
No infinito deste céu

Gotejo-me para o fundo do prazer
Em que o não eu se torna tudo
Diluído pelo êxtase da vida a sentir-se vida

O tempo colapsa-se no mistério criador de oceanos

E eu, que deixei de ser eu
Sou mais eu do que nunca e sempre

Porque é no segredo do teu abraço
Que eu me sinto quem quero ser.