Thursday, January 16, 2014

Danço como o vento de verão se derrama nas searas
Gestos horizonte e ouro, perfume e joias raras
Raízes de sangue, mitos e paixões do início

Subtileza pulsante da asa que vence o céu
Força vibrante do respirar que nunca morreu
Ponto mais alto e força da luz de solstício

Rumo à vida, ao sempre e à memória da chama
Flor ardente e mistério, religião de quem ama...
Vertigem de assombro e fé no passo do precipício

No paladar da pele ruge a selvajaria do instante
Febre, mar, terra farta e o gemido do amante
Muralha, sombra, templo e bandeira do armistício

Danço porque danço, insanidade dos crentes
Entorno-me no mundo sem mapa nem o freio nos dentes
Liturgia sagrada que me acende… desta coisa de Viver tenho o vício.