Thursday, February 12, 2009

A minha chuva cai em ti
Troar cósmico de Úrano
Na dança criadora de mundos

No Centro do vulcão do teu ventre, Minha Gaia
Afunda-se o Áxis Mundi fervente
Que trás novos começos

Abre-se um universo de universos
Galáxias de vida emergente
Descem para ti em rio de luz eterna

Tu, Mãe, acolhes os novos mundos no teu seio
Deuses de vir a ser que te mergulham
Na fome infinita da criação

O Ser torna-se carne pelo nosso desejo
O Amor pode viver-se na nossa seiva
Explodindo num tremendum de flores vida

Dançamos desde de antes do tempo, Deusa
Eu que te crio por te deixar criares-me
Deus Céu que só existe na tua Terra

Nasceu o Filho do Homem que tu alimentas com o teu sangue
Brotou o Príncipe dos Príncipes inteiro e já com reino
Da suavidade da tua imensidão serena

Neste abraço do começo da vida
Deixamo-nos dormir na imobilidade da perfeição
Que se move no rugir dos nossos corpos

Amo-te, Deusa das primaveras, por receberes o meu fruto dourado
E solto-me no meu descanso divino de quem acabou de criar o Mundo.

Wednesday, February 4, 2009

Os ignorantes
Que não sabem
Que não sabem
Julgam que sabem
E dizem-no de boca
E peito cheios
Como se a suas
Verdadezinhas
De zé ninguém
Fossem a doutrina
O livrinho vermelho
O evangelho de absoluto

Os ignorantes
Por não saberem
Julgam que sabem
E que sabem mais
Do que os outros
E até acham que sabem
Como os outros
Deviam de ser
E fazer

Os ignorantes
Por não saberem
Que não sabem
Acham que o mundo
Seria melhor
Se fossem eles
A mandar
O Universo
Seria perfeito
E criaram os deuses
Ás suas imagens

Porque eles
Pensam que sabem
Sem saber
Que não sabem
As suas verdadezinhas
São isso mesmo
Inhas
São a parte que lhes cabe
Da percepção do mundo

Os ignorantes
Por acharem que sabem
Não levantam os olhos
Dos seus umbigos
Não vêem mais alto
Que a sua pequenez

Os ignorantes
Por não saberem
Que não sabem
Mandam
E querem mandar
Precisam disso
De meter o mundo
Num torno
Para tornar verdade
A mentira da sua ignorância

È por isso que os ignorantes
São os pais e as mães
De todas as ditaduras.

Muitos pais
Não são
Os degraus
Que ajudam
A elevar
Os filhos
São as solas
Dos sapatos
Que os espezinham.