Thursday, February 12, 2009

A minha chuva cai em ti
Troar cósmico de Úrano
Na dança criadora de mundos

No Centro do vulcão do teu ventre, Minha Gaia
Afunda-se o Áxis Mundi fervente
Que trás novos começos

Abre-se um universo de universos
Galáxias de vida emergente
Descem para ti em rio de luz eterna

Tu, Mãe, acolhes os novos mundos no teu seio
Deuses de vir a ser que te mergulham
Na fome infinita da criação

O Ser torna-se carne pelo nosso desejo
O Amor pode viver-se na nossa seiva
Explodindo num tremendum de flores vida

Dançamos desde de antes do tempo, Deusa
Eu que te crio por te deixar criares-me
Deus Céu que só existe na tua Terra

Nasceu o Filho do Homem que tu alimentas com o teu sangue
Brotou o Príncipe dos Príncipes inteiro e já com reino
Da suavidade da tua imensidão serena

Neste abraço do começo da vida
Deixamo-nos dormir na imobilidade da perfeição
Que se move no rugir dos nossos corpos

Amo-te, Deusa das primaveras, por receberes o meu fruto dourado
E solto-me no meu descanso divino de quem acabou de criar o Mundo.

1 comment:

Silêncios said...

Fantástico este poema. A forma como se abre capta e prende, obrigando à busca do seu desenrolar fresco e intenso...muito lindo. Parabéns.