O silêncio percorre a superfície
Dos sonhos do brando homem
E os seus gestos de artificie
Nas rotinas que o consomem
O silêncio das mulheres que calam
Por séculos de aprender a calar
Pois são os seus olhos que falam
No espaço entre querer e amar
O silêncio nas vozes sonoras
Por medo do que o silêncio evita
Entre o tique taque das horas
E a verdade do que as fita
O silêncio do fim do amor
E o amor no silêncio do fim
O rasgo que acorda o torpor
E o silêncio que me traz a mim.