Atiro-me contra as esquinas da vida
Para me sentir
Para saber que cá estou
Porque se me deixo adormecer
Nos sofás limpinhos da escravidão
Fico sem a voz que é minha
Leio os guiões que me destinaram
E me tornam legenda de um filme que não é meu
Tenho a pele e o sentir marcados pelos embates
A alma que me vive tem mais anos que os meus
E a paz muitas vezes não se deita comigo
Às vezes sangro quando rio
E dói-me quando amo
Canto alto para não ouvir-me a gemer
Mas lanço longe a minha voz
Em tons de fogo e de mar
Abraços universos de quem eu sou
Da luz vibrante que verte a minha sombra
Morro-me todos os dias para me viver
Brincando para me levar a sério
E amando para ser tudo o que quero ser
As guerras já lá vão
Deixei-as do outro lado de mim
De onde espreitam em jeito de emboscada
Olho-as e rio
Levanto a cabeça
Sacudo o que já é velho
Abrindo-me em cores de festa
Piscando o olho aos miúdos que correm comigo
E tu amor
Estiveste sempre comigo
Ainda não te conhecia e já cá estavas
Aqui
Onde me deixaste quando nasci.
Tuesday, November 6, 2007
Posted by Verbo do Mundo at 7:01 PM
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2 comments:
Oiiii, eu disse que vinha e cá estou. Vou ler, vou ler até me fartar...
Beijinhos
Descreves a paixão e a intesidade das coisas que vives.Es uma preciosidade rara. Parabéns.
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