Tuesday, June 30, 2009

Corpo de Mar

Deusa descalça

Celebra a dançar

O sonho de amar

Que o gesto realça



Sorriso estandarte

Do reino carícia

Que leva a amar-te

Só por olhar-te

Serena delícia



Danças a vida

E a vida te dança

Em cor divertida

Por ser tão vivida

No teu riso criança



O Universo conspira

Juntou-nos enfim

E este poema respira

Esta Deusa que inspira

A vida em mim.

Wednesday, June 24, 2009

Pulsar

A noite espessa e antiga escorre sangue virgem
Retorno alucinado nos uivos das bacantes

A lua reina metáfora de si mesma
Explodindo nas sombras e nos olhares de vida abrupta

A fêmea resfolega de insaciedade no centro dos sexos que se mergulham
Fúria acesa de imortalidade, rasgar de carnes e fronteiras

O deus renascido emerge dos corpos diluídos
A dança ferve-se e tolda-se orgásmica e soluçante
Paroxismo tremente dos perdidos

O vórtice enraíza-se no seu útero de seiva renovada
Fecundando a terra aberta e receptiva
Que da morte necessária faz emergir a vida

Na curva que recria o início
As dançarinas despejam-se esgotadas no torpor de sexo sanguíneo
Deixando-se no sono inerte dos vencidos

O silêncio primordial ecoa e dissolve as formas
Corpos universo em sentir de éden amniótico
Só Um em êxtase de si mesmo

Novo cosmos
Novo tempo
Natureza reiniciada

Pulsa o ritmo do retorno
No limiar da luz

Imagina-se a manhã no fresco que ensopa a pele

Regresso
Encontro do outro em si
E de si no outro

Abrem-se os olhares
Chegou o Sol, a palavra, a regra.

Wednesday, June 3, 2009

A promessa da vida depois da vida criou o desprezo pela vida
É a vida de um “santo” mais santa do que a de uma criança a morrer de fome?
A vida é os seres que a vivem!

Enfiem Platão dentro da caverna a que nos condenou.