A noite espessa e antiga escorre sangue virgem
Retorno alucinado nos uivos das bacantes
A lua reina metáfora de si mesma
Explodindo nas sombras e nos olhares de vida abrupta
A fêmea resfolega de insaciedade no centro dos sexos que se mergulham
Fúria acesa de imortalidade, rasgar de carnes e fronteiras
O deus renascido emerge dos corpos diluídos
A dança ferve-se e tolda-se orgásmica e soluçante
Paroxismo tremente dos perdidos
O vórtice enraíza-se no seu útero de seiva renovada
Fecundando a terra aberta e receptiva
Que da morte necessária faz emergir a vida
Na curva que recria o início
As dançarinas despejam-se esgotadas no torpor de sexo sanguíneo
Deixando-se no sono inerte dos vencidos
O silêncio primordial ecoa e dissolve as formas
Corpos universo em sentir de éden amniótico
Só Um em êxtase de si mesmo
Novo cosmos
Novo tempo
Natureza reiniciada
Pulsa o ritmo do retorno
No limiar da luz
Imagina-se a manhã no fresco que ensopa a pele
Regresso
Encontro do outro em si
E de si no outro
Abrem-se os olhares
Chegou o Sol, a palavra, a regra.
Wednesday, June 24, 2009
Pulsar
Posted by Verbo do Mundo at 10:30 PM
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