A menina Pinóquio
Feita de carne e vontade
Aprendeu o que é próprio
A uma menina da sua idade
Para agradar ao carpinteiro
Senhor do bom e do mau
Anulou-se por inteiro
Tornou-se menina de pau
Agora fios invisíveis
Estão a guiar-lhe os gestos
E dos mundos possíveis
Só lhe sobraram os restos
Não suporta a verdade
Nem a vida que é acesa
Vive-se pela metade
E precisa de certeza
Defende de queixo erguido
O senhor que a manobra
Que lhe criou o sentido
Na tentação da cobra
Ai que o prazer é maldito
O sacrifício é que eleva
O sentir é proscrito
E da luz fez-se treva.
Sunday, November 22, 2009
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Wednesday, November 4, 2009
Que a dor de ser
Não me faça
Um ser de dor
E que beber
Da rubra taça
Me traga o amor.
Posted by Verbo do Mundo at 9:37 PM 0 comments
Nas galés da produção
Ao som do chicote sucesso
Congela-se o coração
Não se lhe pode dar preço
Ecoa o tambor da escassez
Ainda falta o que satisfaça
Nunca chega o que se fez
E a fome que não passa
Mantêm o desejo nos curros
Conforto de não ousar
Minguam o touros a burros
E alegram-se a comprar.
Posted by Verbo do Mundo at 9:35 PM 0 comments
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