Friday, January 17, 2020

Nas veias do sentir
Navega-me desde sempre…
Uma intensidade indizível
E premente
Estremecimento vulcânico
E semente
Ânsia de impossível
Bem presente
Que me irradia
Desde que sou gente
Bramido que se alimenta
De voracidade
Chicote fervente
Da vontade
Luxúria vermelha
E tempestade
Animal aceso
E coroado
Sexo divino
E levantado
Uivo do louco
Desagrilhoado
Para me Ser
Tenho de ser
O que não posso ser
Ter o domínio
Do que não posso Ter
Furar o tabu
E mandá-lo foder
E os sátiros bêbados
Emprestam-me os cornos
Para eu marrar
Nos sentires mornos
E queimar as bandeiras
Em todos os fornos
E quando morrer
Que morra acordado
Sem vendas nos olhos
Nem amordaçado
E espalham-me as cinzas
Em todo o lado
Pois vivi vivo
E vivo morri
E fui mais eu
Por te ter a ti
E de Viver
Não desisti…

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