Wednesday, December 19, 2007

Na sombra que me desperta encontro a rectidão do principio
Onde o mal é gémeo do bem e os abismos são montanhas do avesso
Equilibro-me em cima de nada porque não há nada que me seja
Desprendo-me de mim porque sou muito mais do que sou

Respiro um sopro infinito porque o infinito se respira em mim
Quando abro os olhos o universo acorda comigo e a luz acontece
Perdendo-se a memória de todos os feitos e de todos os ditos
E a presunção que destilo nos poemazitos que vou escrevendo.

1 comment:

Raquel Vasconcelos said...

Vives nos opostos... enches o papel de opostos.


Eu vivo no medo de não ter nada que se oponha a mim, nada que repare que existo. As estradas do destino foram traçadas milimetricamente... apenas não sei as que devo escolher.
Deixo-me ficar no início, porque tería que preencher o mundo de coisas correctas, sem isso eu não faria sentido e assim acabo por não o fazer. Paro antes de começar a jornada. resisto a ser julgada.
Não corro o risco de escrever poemazitos porque antes de os escrever deito-os fora.

Estou parada. A chuva corre pelas vidraças de uma janela que odeio, num quarto que odeio, numa vida que não aceito... toco numa madeixa de cabelo que me tapa a vista, tenciono desfazer-me dela como se pudesse fazer o mesmo ao quarto e à janela e ao passado. E reparo que não é o mundo que chora mas eu...