Escrevo do sangue
Da lágrima mordida
Do grito apagado
A queimar por dentro
Escrevo da paz e do sonho
Que me chega de mansinho
Por estar deitado na vida
Ao sol dos meus amores
Escrevo porque não sei
E escrevo porque não quero
Nem sei se vou querer
Querer mais do que sei
Escrevo para escrever
Dou som ao que sinto
Trago verdade ao que minto
Entorno-me em palavras
Escrevo para sair para fora
Para a rua dos olhares
Abrindo-me em janelas
Onde o mundo vem conversar
Escrevo porque sim
Não sei fazer diferente
Habitam-me outras histórias
Que me movem o olhar.
Wednesday, February 13, 2008
Posted by Verbo do Mundo at 10:23 PM 3 comments
Ubiquidade de ti
Em mim
Vejo-te
Por todo o lado
Do que sou
E vejo-te
Sempre
Que me olho
Lá estás tu
No meu sorriso.
Posted by Verbo do Mundo at 9:28 PM 1 comments
Estes corpos mentem
Dançam-se nocturnamente
Para se perderem
Não sabem que o sentir
È galope de fugida
Das sombras dos seus vãos
Não merecem ser poupados
Da vida que os eleve
Por os levar ao fundo
E lá, onde são órfãos no deserto
Os seus desejos são explodidos
È o rosto da noite universal
Que os acolhe no tormento
No milénio sem sono da solidão
Despidos de si mesmos nesta viagem
Ao fundo dos fundos de ser pessoa
Aí, onde já nada resta do que restava
Nasce aquilo que traz a luz
A consciência de que a dor já não é dor
Que não é deste mundo o que ganhamos
Por nos morrermos de quem sempre fomos.
Posted by Verbo do Mundo at 9:19 PM 1 comments
Sou letra
Som
Imagem
Símbolo
De mim mesmo
Num universo que fala
Desenha
Desdenha
O que sou
Leio-me
Declamo-me
Descodifico-me
Pacifico-me
Na aventura mística
De ler o universo
Nas minhas entrelinhas
Nas páginas vazias de fazer
O silêncio de já ser.
Posted by Verbo do Mundo at 8:04 PM 1 comments