Poesia
É o pão rasgado pelos dentes da fome
O sangue que escorre no matadouro
O uivo arcaico da mulher a parir
Poesia
É a estalada recente na cara do bruto
O punho erguido acima da turba
O fogo que aquece as mão calejadas
Poesia
É o sexo aberto na beira da noite
A febre vermelha que frita os corpos
O copo partido contra a parede
Poesia
É a faca cravada na vida de alguém
O riso tremente na boca do louco
O xaile caído na esquina da rua
Poesia
Não é nada disto nem deixa de ser
E eu que não sei dela
Lamento-me a escrever.
Wednesday, May 5, 2010
Posted by Verbo do Mundo at 10:02 AM
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1 comment:
Ai pois é...lamento que não deixa de ser e não é nada que eu não saiba, escrevo e limito-me!
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