Tuesday, February 12, 2013


Um seixo é montanha para a formiga
O átomo universo aos olhos do nada
Não há régua de cálculo que nos diga
Que sentir é certo além da fachada

Na sombra angulosa da história antiga
Um murmúrio secreto pode ser chicotada
E o verso forçado na velha cantiga
Trazer o perfume da pele amada
 

A cada sentir seu sentir se obriga
Todo o olhar tem uma forma privada
Tem os contornos do que nos fustiga
Ou a cor da ternura que nos é dada

E de todo o sentir que a vida me irriga
Abismo, mar aberto e enseada
Não há nada nele que eu não bendiga
Como a força da ida que traz a chegada.

2 comments:

Anonymous said...

Todo o sentir abraçar
para quem Só Sente
é de certo abandonar
qualquer rosa que se apresente
pois...
Até o caracol intenso, trás a casa preza,
e baba-se de prazer, no refugio da certeza.
mas...
Deve ser tao bom aceitar, bendizer
o que chega com dor e sem redor viver.

Anonymous said...

onda sou
neste mar oceano
á cripta quero chegar
subo
desço
enrolo-me
espraiada
esfarripada
desfaço-me
já não sou nada
abro sulcos
sal picos
que caíem na areia da praia
desapareço
esfrio
na noite luar acordada

nasço de novo
o sol me aquece
no acostar da pele amada
sonho quente
trago de novo
olhar enseada
lanço-me ao mar aberto
no abismo que me encrispa
cada noite se faz dia
fora do tempo
vivo
toco a pele amada
na falésia
vejo
areal deserto
vento quente traz
espuma branca
em borrifos esguichos
cavaleiros do mar
horizonte recortado
devolve-me
ao a(mar)