Thursday, April 4, 2013

No silêncio da pele
Acendem-se todas as poesias
De todas as línguas
Consagram-se todos os templos
A todos os mistérios divinos
De aquém e além memória
Reinos ou impérios

No infinito da pele
Onde se deitam os deuses
Depois de criarem os mundos
Assombra-se o coração rubro da Vida
Na surpresa incandescente do início
Onde as estrelas abriram os olhos
E o tempo jorrou-se no espaço

É no segredo da pele
Que cintila a jóia que me mantém:

A tua pele que visto como minha
Manto oceânico da tua presença em mim
Que já não sei que assim não seja
E já não lhe encontro o que seja fim.


 

Gosto · · · ·

2 comments:

Anonymous said...

Árvore de rosas
chegou ao meu peito
o silêncio estende-se
nos botões macios
escarlate humedecido

porém

orvalho carregam
e deitam ferrugem de frio
subo só a escada por um fio
na nudez mais completa
num restulhar de asas

no vazio
manto adormecido
sobrevoo
oceano paraíso da pele
a tua

Na paisagem de inverno

despidas
entrelaçadas umas nas outras
em fila
esperam
deixam o azul torneá-las
afagá-las em branco cinza
nus de inverno são
próximas umas das outras estão
sustendo o ar que as transpira
na terra
agora verde mulhada
a dormencia dos corpos
esperam que seja dia
para se vestirem
de manta florida


Anonymous said...

É tão só o movimento
que une o espaço ao tempo
e como tudo se move
há sempre um jorro que percorre
este mundo desconhecido
de evidência desprovido
num buraco negro dançante
que se come cada instante
pra d´seguida explodir
em materia a sorrir :)