Sunday, November 4, 2012

 

Traz-me a noite ao sentir
Chama os pássaros dourados
Se morrer é partir
Parto e levo os pecados 

O vento sopra onde quer
A chuva molha onde cai
Sombra amarga mulher
Dá-me peso e não sai 

A muralha resignada
Que te guarda o rosto
É uma estátua de nada
Fenda no chão do desgosto 

O tempo que não te perde
A  fúria que não te esgota
A paciência que já fede
A esperança já está rota 

Ainda assim ergo o queixo
Abro o peito à aurora
E é no amor que me deixo
Enquanto o segredo me chora.

2 comments:

Anonymous said...

Para que nunca fiques triste

Encontro nas folhas a alegria de viver
encontro nas flores a delicada beleza de ser
o vento ensina-me a apagar as máguas da dor triste
O céu ensina-me que a solidão não é estar só

Anonymous said...

Quando a torrida saudade
sai da sua caverna esquecida
as lagrimas regam
as paredes secas da tua voz.
Então, o tempo espreguiça-se dentro de mim, abandono imovel a solidão com o sol quieto a ouvir o suspiro de ti.
Os outros, projectam-se por entre o ar
em direcção aos grandes pés da terra.
Eu, solto o céu lá fora e o mar despeija-se dentro da tua mão.

(És fenomenalmente bonito)