Traz-me a
noite ao sentir
Chama os
pássaros dourados
Se morrer é partir
Parto e levo
os pecados
O vento sopra
onde quer
A chuva molha
onde cai
Sombra amarga
mulher
Dá-me peso e
não sai
A muralha
resignada
Que te guarda
o rosto
É uma estátua
de nada
Fenda no chão
do desgosto
O tempo que não
te perde
A fúria que não te esgota
A paciência
que já fede
A esperança
já está rota
Ainda assim
ergo o queixo
Abro o peito
à aurora
E é no amor
que me deixo
Enquanto o
segredo me chora.
2 comments:
Para que nunca fiques triste
Encontro nas folhas a alegria de viver
encontro nas flores a delicada beleza de ser
o vento ensina-me a apagar as máguas da dor triste
O céu ensina-me que a solidão não é estar só
Quando a torrida saudade
sai da sua caverna esquecida
as lagrimas regam
as paredes secas da tua voz.
Então, o tempo espreguiça-se dentro de mim, abandono imovel a solidão com o sol quieto a ouvir o suspiro de ti.
Os outros, projectam-se por entre o ar
em direcção aos grandes pés da terra.
Eu, solto o céu lá fora e o mar despeija-se dentro da tua mão.
(És fenomenalmente bonito)
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