Era de noite
Se fosse dia
Tanto fazia
A rua era aquela
Luar sem janela
Monotonia
A fome era dela
Dor na lapela
Vazio que sentia
Olhar anteontem
Mãos que não mentem
E o frio que havia
Paredes de vento
Casa tormento
A chuva caía
Já teve riso
Já teve siso
Mulher Maria
Amou e tanto
Chorou seu pranto
Soltou alegria
Pariu e deu leite
Viveu sem enfeite
Cheirou maresia
Mulher coração
Boca sem não
A quem lhe pedia
A vida correu
O amor morreu
Envelhecia
Mudou a sorte
Perdeu o Norte
E a companhia
E sem sustento
Viver tormento
Sofreu sangria
Viveu na rua
De alma nua
Ninguém a via
Tempo inimigo
Viver castigo
Desarmonia
E agora sim
Chegou o fim
Pois já morria
Ninguém chorava
Ninguém olhava
Acontecia
Porque é que a vida
Curta ou comprida
È lotaria?
Todos nascemos
Todos morremos
Temos mesma via
Mas uns morrem mais
E sem funerais
Como a Mulher Maria.
Friday, March 2, 2007
Posted by Verbo do Mundo at 5:57 PM
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1 comment:
e o Mundo tem tantas Marias...
é triste...
mas eu gostei!
Beijinho:)
Mónica
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