Friday, January 5, 2007

Adoro o Sol dos teus olhos
Suspenso no céu de quem és
Vivo religião antiga e natural
Sem escrituras que me guiem
Neste sentir de começos primordiais
Universos criados sobre o teu sorriso

Adoro esse Sol no templo que me sinto
Em liturgia sempre nova
Nunca lá fui
( E sempre lá estive)
Ao Sol dos teus olhos

Tenho medo de Ícaro
Quando o olho de olhos despidos
Vou tão alto que caio de mim
Vejo-me tanto que não me conheço
Sou tão eu que pareço outro

Preciso desta religião
Torna-me santo de mim mesmo
Sou sacerdote e noviço
Para adorar o Sol dos teus olhos

Em mistério sagrado da fé
Olho o Sol de frente
Com olhos abertos e francos
Revela-se o milagre
Em força sobrenatural

Quanto mais olho este Sol
Mais sou e mais vejo
E mais sei que quero ver.

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