Wednesday, January 24, 2007

A fúria do mar
Que não é fúria
Não deixa de matar
Com a minha lamúria

O castigo do vento
Que não é castigo
Não olha ao lamento
Que trago comigo

Ai, porque dou ais ao céu
Se ele é mudo à minha reza?
Porque choro o que é meu
A quem meu chorar despreza?

Não sou mais que o cotão
Que vejo neste quarto
E vivo na prisão
De saber que estou farto

Quem me dera ser calhau
Que de si não tem saber
E que não é bom nem mau
Nem se vive a gemer

Ai, apenas estar sobre a terra
Em tom amarelo de ser flor
Sem conhecer o estar em guerra
Nem ter que procurar o amor

Ser apenas por estar ali
Na liberdade de não querer
E não viver a olhar para si
Em queixume de se sofrer.

1 comment:

Clara Marmelo said...

É difícil viver, mas não viver é morrer.
É conhecer o desconhecido.
Cada ser tem a sua missão, que só termina quando tiver que terminar, não porque queremos que termine.
Somos quem somos e nada pode mudar isso. Se aqui estamos temos que aceitar e compreender a missão.
O Amor, as Paixões, os Amigos, tudo isso que procuramos vem sem procura, quando menos esperamos.

A tua feiticeira de sonhos.