Os olhos são desertos vermelhos
Num rosto máscara de quem se abandonou
Já não se dá aos outros porque não se tem para dar-se
É um vazio forrado de esqueleto e pele
Erecto na altivez dum boneco de cera
Vivendo um sonho de que não se recorda
Os seus passos lentos e antigos
Levam-no sempre ao sítio de onde nunca saiu
Ontem, hoje e amanhã são sempre a mesma hora
A hora de viver para aquilo que o mata
Aquilo que apaga a memória de quem é
E anula a esperança daquilo que será
Talvez seja este o chuto de ouro
Aquele que lhe traga Absoluto
Talvez seja este o tal
Que lhe dê tudo, tudo, tudo
Sem nunca faltar
Talvez seja este o Pai de todos os caldos.
Tuesday, January 16, 2007
Posted by Verbo do Mundo at 6:24 PM
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