Monday, January 15, 2007

Dobrei a esquina e vi-me a alma
Que não sabia onde andava
Do segredo dei-lhe a palma
De ser eu não se queixava

Não lhe vi querer que eu soubesse
De tanto olhar já me dormia
Sonho breve de quem já esquece
Que alma sou e não queria

Tenho esquinas a dobrar
Mudo a rua do que me estranha
Transeunte do não parar
Para que a alma não me venha

Em exílio dou-me espaço
Crio o meu próprio estado
Em deserto fogo e abraço
Rir de viver desalmado.

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