Visão dos tempos que se abrem
Em céu laranja e roxo
De nuvens castelos mortais
Sobre o peso das almas que gemem
O ar pastoso e salgado
Desespero que se reproduz
Em mares que já morreram
Ventos que levam e não trazem
Solidões em cavalos negros
Garras na lama derretida
E o murmúrio dos que partiram
Ecos que picam os que estão
De vontades de já não estar
Surdos para quem já foram
Noite sem manhã
Ruínas cinzentas ao vento
E uma solidão que não se esquece
No som sozinho dos passos
Pela vastidão vazia do absurdo
Glórias caídas em desgraça
Patéticas por estarem podres
Trovões ao longe e já perto
E a chuva que já não vem
Porque nada é o que era
O mistério do que nunca será
Aberto à minha frente
Peito com peito com o que não existe
E as mãos caídas sem acerto
Vértice de ser agora
No medo que está para vir
E tudo acabou por acabar
Sem deixar mais que não lembrar.
Monday, January 15, 2007
Posted by Verbo do Mundo at 5:54 PM
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