Wednesday, January 17, 2007

Pássaro mergulhão de olho róseo
Na humidade do pasto aurora
Tilintam pios de orvalho
Em árvores sozinhas de silêncio

Não costuma ser tão novo
O dia que sobe na frescura
A soprar de luz frágil
Momento perfeição de prata

Tempo parado no movimento
Dos cascos em salto curto
Chão de céu para quem o vive
Sem pensar no viver

Em castanhos sem memória
Das águas que já lá vão
Perfumo-me de cá estar
Sabores em que enterro os pés

De raiz me deixo
Bebo-me sumo de vida
Nesta cama mundo
Coito larvar do imenso

Não há noite neste dia
Que já é há tanto tempo
E me sonha nos seus tons
Por me apanhar distraído.

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