Mais, mais, sempre mais...
Fui educado a ser sempre mais
Mais trabalhador
Mais rápido
Mais...qualquer coisa
Tentar ser mais é sentir-se a ser menos
Tentar ser mais para ser alguém
É sentir-se ninguém se não for mais
E como se pode ser a ser ninguém?
È um contra-senso, uma vida sem vida
Então, mais, mais...
E nunca chega
Como pode chegar?
Sou-me a tentar ser mais
Se parar não me sei ser
E fica o vazio do ninguém que sou
Porque só se é alguém no mais
Mais, mais...
A pedra é menos pedra por não querer ser mais?
Será que pode ser mais pedra?
Se fosse mais pedra já não seria aquela pedra
Seria outra pedra ou outra coisa qualquer
O mais não deixa ser
O mais diz que ainda não se é
E mais, mais...
E agora aprendo a ser mais eu
Nos livros de auto-ajuda
Nas terapias de cabeceira
Nos encontros de Quinta-feira
Ser mais eu é não ser eu
Naquilo que sou eu a querer ser mais
Que raio de eu seria aquele que é mais?
Se é mais já não é eu
Tem outro eu que é seu
Mais, mais...
Este querer ser mais
Dá-me o ser de menos
Ah, se não quisesse ser mais...
Ah, não quisesse ser...
Seria Mais
Seria Tudo
Porque tudo já é Tudo naquilo que é.
Tuesday, January 16, 2007
Posted by Verbo do Mundo at 6:24 PM
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment