A poesia assusta-me
Dá-me a saber o que já sabia
Sem saber que sabia
Dá-me a ler em local público
Tal prostituta que se despe
Sem nunca chegar a despir-se
Confunde de tanta clareza
Desmente a certeza
Promete o que não dá
A poesia sorri sem se ver
Que ver é sorrir
E sorrir é ver poesia
Mercado da presunção
Vende o poeta o que compra
Em burlas de si mesmo
Dizeres de fuga sobre o mesmo
O mesmo é a fuga que se diz
Fugir é o mesmo que dizer
Abraço de verdades congeladas
Gemido de não saber
Física de amanhecer
A poesia assusta-me
Sabe-me mais que eu a ela
E poesia é isto mesmo.
Tuesday, January 16, 2007
Posted by Verbo do Mundo at 7:04 PM
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