Friday, January 19, 2007

No Oceano do não ser
Procurei a praia do eu
P’ra aprender a nascer
Viver quem não viveu

Construí-me como nação
História de grandes batalhas
De ódio levantei padrão
Foram crescendo muralhas

Ganhei fronteiras a pelejar
Em guerreira prontidão
Dei províncias a governar
A um feroz capitão

Em nome da independência
E da conquista de território
Tornou-se grande eminência
De imenso poder notório

Salvou-me de invasões
De saques de inimigos
Guardou-me os portões
Protegeu-me de castigos

Musculou-se nas vitórias
Ganhou fama de salvador
Viciou-se nas glórias
Tornou-se ursupador

Periga o seu poder
Sem castelos a conquistar
inimigos a vencer
Reinos a salvar

Velhos fantasmas assombram-no
Almas caídas em combate
Antigas fúrias tomam-no
Como sinos a rebate

Da lei quer ser regente
Governante intestino
Mandar no que se sente
Ser senhor do destino

Em guerra o enfrentei
Em emboscada ou no terreiro
Sempre a mim derrotei
Cansei de ser guerreiro

Vou lançar mão de homens sábios
P’ra aprender como se faz
Vou educar meus lábios
A saber falar de paz

P’ra ter melhor sorte
Da que me coube em mão
Convido p’ra minha corte
O meu velho capitão

Quero ter como aliada
A sua astúcia feroz
Alinhar a nossa armada
Falar a uma voz

Este poder combinado
De quem pisa o mesmo chão
Seria o estandarte içado
Na minha embarcação

Seria bela esta nave
Com rota rumo ao centro
Proa em forma de chave
Do mar que me está dentro.

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