Terra de muitas lavras
Gravidez inconsequente
Futuro já presente
No vício das palavras
Sou lexicodependente
Este prazer que não chega
Dormir que não sossega
Plenitude carente
Não digo o que quero
Quero o que não digo
É escrever de castigo
Já silêncio não espero
Benditas palavras mal ditas
Vingo-me do acervo
De preso estar ao verbo
Malditas palavras bem ditas
Do ser já sou turista
(Sem fim) Escrevo p’ra que chegue
Silêncio que me descegue
As palavras tiram-me a vista
Tenho dor de palavrar
É a dor que me vive
Escrevo onde ainda não estive
Só por medo de acabar.
Wednesday, January 17, 2007
Posted by Verbo do Mundo at 10:40 AM
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1 comment:
Não acredito que tenhas escrito estas palavras só por escrever, palavras soltas sem sentido.
Tudo isto vem do local mais profundo da tua alma, o teu subconsciente diz-te o que sentes, mas não acreditas que sejas tu, bela alma poética e sonhadora que navega pela escuridão da floresta à espera de ser salva pelo brilho da luz.
Umas vezes permites-te caminhar pelas nuvens, voar, fugir, mas outras ficas preso ao solo como uma velha árvore acreditando que as coisas têm de ser como a sociedade nos faz crer todos os dias que assim é o correcto.
Um dia todas essas palavras deixaram de ter sentido, mas por enquanto...
Beijo
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