Wednesday, January 17, 2007

O amor alivia-me de quem sou
Para eu verdadeiramente ser
Traz memória de quem já fui
Não ser, sendo, que em mim flui

Tão grande dá-se em coisas pequenas
Tira-me o que julgo não poder perder
E dá-me o que nunca sonhei ganhar
Vou-me de mim para depois voltar

O amor toca-me no fundo
E eu que sei que fundo não há
Onde sonhamos abraçados
Coração aberto e olhos fechados

Mereço-me amando
Por amor ao amor
Deixo ser como é
Em acto de fé

Não estou agora a amar
Se estivesse não escreveria
Estaria lá, em mim
Sem estar a gaguejar assim.

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