TERNOGRAFIA
Teus cabelos pingaram sobre o meu peito
No meio de um arfar rarefeito
Beijaste-me a testa de mansinho
Como taça branca despeja o vinho
Sorriste com olhos entorpecidos
Pingos de sangue por amor vencidos
A nossa paixão feroz, saciada
Levou-nos à paz, à enseada
Nossos corpos, ardentes sóis
Rolaram de bordo nos lençóis
Separados de corpo, não de alma
Permanecemos juntos nesta calma
O imenso silêncio que nos olhava
Tocou-nos de eterno, pois amava
Neste subir inerte, tão profundo
Deixou repente d’haver mundo
Ficámos sós, a respirar
E o divino, longe, a invejar.
Saturday, January 6, 2007
Posted by Verbo do Mundo at 5:58 PM
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