Quero escrever, preciso
Escrevo o que estou a escrever
Não para dizer algo de interessante
De novo, sublime, ou poético
Escrevo porque preciso, agora
Tentei escrever algo que tocasse as pessoas
Que tivesse força mítica ou filosófica
Ou beijasse o sentir de quem me lesse
Mas não consegui
Assim escrevo isto por carência
Como o dependente em ressaca
Que chuta droga sem qualidade
Na ânsia da satisfação
É assim o meu vício
Uma fome de sempre e de muito
Que tenta saciar-se nas migalhas
Que caem no chão desta página
Vou continuar com fome, eu sei
Vou ressacar outra vez
Mas estas migalhas que escrevo agora
Têm a memória do pão de onde caem
O pouco lembra-me o sabor do muito
E assim escrevo este nada
Para poder sonhar com o tudo
Que irei escrever sempre amanhã.
Thursday, January 11, 2007
Posted by Verbo do Mundo at 11:35 AM
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